terça-feira, 22 de maio de 2012

Luna Talvez (abro as minhas mãos à tua nudez)



Amor de fim anunciado como todos os amores.

Abro as minhas mãos à tua nudez irreal mas tão quente,..percorro em segredo o contorno dos teus lábios. entupo-te de beijos, língua errante faminta de ti. desassossego-te em misteriosas palavras e doces obscenidades . o fogo espreita no fundo dos teus olhos. e vadiamente vai descendo ,macio de luz, capturando partículas de luz na superfície húmida dos corpos que se agitam em tactos pegajosos. inclino-me em ti qual pássaro fugidio procurando o teu recanto. sussurro na tua haste uivos de prazer que param, prosseguem , estourando gargantas em ventres molhados. saltamos á frente do tempo em contornos cadentes onde se prendem e desprendem orgasmos de lua em pleno dia. tenho-te e dou-me a ti, indissolúvel, absoluta na pressa veloz com que me rasgas. obsessivamente o teu corpo cresce por dentro do meu mar fechado em gemidos de luz. de uma profunda paixão.. e sorrimos . e choramos e lembramos a palavra despedida .afogada de ternura aninho-me no teu abraço. Assim…,meu amor,…assim… lentamente sonho contigo.



Beija-me,
no segredo de voarmos
pela aragem do bosque
e entrelaçados
bebermos da lua
todas as coisas
silenciosas.
Leva-me, leve
debruada em azul
aconchegada no teu abraço.
Larga-me,
no desejo bruto
a inalar   o cheiro
da terra fecunda.
Procura-me,
.?ainda dás por mim.
Sentada no medo
de te perder.
            Aqui te espero.



Longe vão as manhãs de bruma onde te descobria em cada recanto de cinza guardado no aconchego da mão tão cheia de sonho. de não nos podermos viver voávamos com os pássaros por entre aguas e montanhas tão loucos de amor tão ingénuos em nós. longe vão as manhãs. Apaguei os olhos .e entardeci.

Lugar comum ,a sala. o meu canto. a minha paz. o, fogo. as sombras na parede. sempre iguais. descanso entorpecido. pensamento liberto ávido de magia. ….a teia…. .ali tão à distancia de um toque simples de um dedo. apelativa como todas as teias o são. sempre belas, muito belas .perfeitas. suspensas nos lugares mais escondidos e solitários. prontas a agarrar o intruso que até ali viaja no deslumbre pelo desconhecido. toquei e estremeci dentro do encanto da sua leveza. e nela viajei ora presa aqui ora agarrada acolá experimentando o medo de pisar a fragilidade de quem pode cair ou voar. e respirei os silêncios pelos azuis das manhãs .apertei solidões encostadas às memorias, dancei enleada em universos distintos , únicos ….e foram dias e dias e dias assim. a sala. o fogo. a teia .apenas isso.

(Pausa em mim) esventrar o desassossego da loucura pela qual fui invadida- sugada contra todas as leis. permaneço em deslumbramentos desfigurados ébrios de desejo.. procuro a lógica numa unidade concreta da existência do porquê.e invento convulsivamente milhões de porquês porque todos eles servem .ou todos eles não servem. parar. pensar.. racionalizar. pensar……… o tempo .


!!há quanto tempo?..... perdi essa noção. passei a não me situar nessa dimensão.haviam manhãs ,tardes e madrugadas. umas enroladas nas outras. a madrugada no dia a tarde na madrugada . o dia a saltar em madrugada e em tarde..por isso não sei dizer quando o tempo me deixou ou do tempo onde me encontro)…………………( o espaço.. )

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